VELHO ESPELHO
"Daquele tempo é o lustre, em que os pingentes
Parecem lágrimas cristalizadas...
Daquele tempo os candelabros são.
As cristalinas mangas transparentes
Esperam a luz de velas coloradas
Para alumiar a sua solidão.
A mesa ao centro, com um biscuit antigo,
O piano mudo (já perdeu a voz!),
O acolhedor sofá senhorial,
Tudo nas fala do passado amigo.
E a refletir esse passado em nós,
O velho espelho! O espelho de cristal,
Que se orgulhou de ter, como senhora,
Vovó* bem nova, bela e tão feliz!
O velho espelho que encontrou ainda
Mamãe brilhando, encantadora e linda,
Entre as mais lindas do salão de outrora,
Lá no Solar do Largo da Matriz."
*A Baronesa de Santa Eulália
in ARNOLFO AZEVEDO, PARLAMENTAR DA PRIMEIRA REPÚBLICA - pag.549
O ESPELHO
"Venha comigo. O espelho, refletindo,
Há de pensar que a vida tudo passa!
Passa a criança de rostinho lindo,
Passa a mocinha a se mirar com graça,
Passa a velhinha, fronte embranquecida,
Só fica ele... a ver passar a vida!"
in ARNOLFO AZEVEDO, PARLAMENTAR DA PRIMEIRA REPÚBLICA - pag.550
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PENSAMENTO:
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