domingo, 27 de setembro de 2020

BONFIGLIO DE OLIVEIRA

 BONFIGLIO DE OLIVEIRA nasceu em Guaratinguetá (SP) no dia 27 de setembro de 1891 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de maio de 1940, antes de completar 49 anos de idade e hoje comemoramos 129 anos do seu nascimento. Era filho do músico Feliciano José de Oliveira, contrabaixista da Banda Mafra, e da lavadeira Maria das Dores da Conceição começou logo cedo, com o pai, o seu aprendizado musical. Menino ainda, ingressou na Banda União Beneficente de Guaratinguetá para tocar bumbo. Mas foi sob orientação do Maestro Acosta(?) que iniciou os estudos do instrumento que o consagraria como músico: o pistom. Ainda rapazola, não devia ter mais de quinze anos, era integrante da Banda Mafra. Seu virtuosismo chamou a atenção de Frederico Gióia, presbítero responsável pela Banda do Colégio São José, que não tardou a convidá-lo para compor a banda de sua escola. Ali, o sacerdote salesiano ensinou a Bomfiglio as primeiras noções de composição e regência. De inteligência arguta e aplicada, o jovem pistonista aprendeu rápido e em pouco tempo já compunha o seu primeiro dobrado, Pe. Frederico Gióia (?), em homenagem ao mestre. Em 1909, em virtude do fechamento do Colégio São José, Bomfiglio transfere seus estudos para o Colégio São Joaquim, em Lorena -SP, e de imediato integra-se a banda ligada à escola. Mas foi a banda musical por ele criada em Piquete -SP que permitiria a radical guinada em sua carreira musical. Relata o historiador Antônio (Toni) Figueiredo Júnior (?) que “...por volta de 1912, em uma apresentação dessa banda na cidade de Barra Mansa, o maestro e violinista Lafaiete Silva (1878-1940) (irmão do famoso flautista Patápio Silva – 1880-1907), impressionado com o talento de Bomfiglio, convidou-o a ser transferir para o Rio de Janeiro. Esse convite mudou sua vida”. Uma vez na Capital Federal, tocava na Orquestra do Cinema do Ouvidor, cujo maestro e diretor era Lafaiete Silva (1878-1940). Temporariamente instalado na casa de Alfredo da Rocha Viana (?), Bomfiglio tornou-se grande amigo e parceiro de seu filho: Pixinguinha (1897-1973). Habilitado ao magistério pelo Conservatório Musical do Rio de Janeiro, Bomfiglio também foi músico da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro sob a regência de Antonio Francisco Braga (1868-1945), o respeitado autor do Hino à Bandeira. Após carrear um conjunto de bem sucedidas apresentações musicais em vários estados brasileiros, Bomfiglio de Oliveira, como integrante da Companhia de Revistas Jardel Jércolis (1894-1944), apresentou-se em Lisboa, em 1933, no Coliseu dos Recreios, uma sala de espetáculos popular, inaugurada em 1890. Retornou da Europa avalizado pela crítica especializada que o colocou entre os melhores instrumentistas do mundo. No Brasil, várias orquestras (Rádio Phillips, Typica Victor e Victor Brasileira) e conjuntos musicais (Os Batutas e Diabos do Céu) contaram com a sonoridade metálica, límpida e suave, terna e brejeira, alegre e expansiva, original e audaz, do “maior pistonista do Brasil”, insígnia concedida, em 1930, pelo então Presidente da República, Washington Luís (1869-1957), ao presenteá-lo com um pistom de prata com inscrições em chapa de ouro. Bomfiglio de Oliveira deixou uma obra na qual estão incluídos maxixes, choros, valsas, marchas, modinhas e canções do mais fino apuro musical. Em recente trabalho de recuperação da memória fonográfica brasileira, a Revivendo Músicas, de Curitiba-PR, reuniu num CD, lançado em 2003, vinte e uma composições do músico guaratinguetaense sob o título “Bomfiglio de Oliveira – compositor e trompetista de ouro”.

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PENSAMENTO

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