sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLVII


CELINA MARIA TAQUES  BITTENCOURT NEPOMUCENO nasceu em Guaratinguetá no dia 25 de janeiro de 1928 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 8 de dezembro de 2015 aos 87 anos e hoje comemoramos 91 anos do seu nascimento. Bacharel em Ciências Contábeis, poetisa e pintora.  Em 1951, aos 23 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1969-1971) e participou do Salão Nacional de Belas Artes (1971). Desde então, participou de inúmeros salões em todo o Brasil e fez várias exposições individuais e coletivas. Na Espanha, em Palma de Mallorca, fez curso de “Pintura Espanhola”.

O primeiro livro publicado pela Poetisa Celina Bittencourt Nepomuceno recebeu o título de “BEIRA SOMBRA” é datado de 1976 e foi editado pela Editora Artenova S\A do Rio de Janeiro. A capa é de autoria de Silvio Negreiros da Artenova e as ilustrações internas são de Heron. 
O livro apresenta sessenta poesias e sete ilustrações em 77 páginas. 
Neste primeiro livro chama a atenção a poesia “NAVEGAÇÃO”, pois Celina tinha como hábito remeter periodicamente uma cópia de suas poesias para os seus irmãos e segundo informações dela todos foram unânimes em elogiar esta poesia. Assim ela prestou uma homenagem a seus irmãos que tanto a incentivavam a escrever e pintar.
Transcrevo abaixo a poesia          
                                             “NAVEGAÇÃO”
Vou deixar tudo de lado:
os deveres não cumpridos, 
o encontro combinado,
as cartas no vão da porta, 
os quadros inacabados, 
a cama desarrumada,
o relógio sem dar corda, 
as venezianas abertas.

O retrato de outro tempo,
as almofadas no chão,
o rosto de minha mães,
o contato com meus filhos,
a lembrança do que amo,
o ramos de flores secas,
os poemas de Tagore,
e os livros amarelados 
em que aprendia estórias.

Vou deixar coisa por coisa,
arrancar minhas raízes,
e nua como nasci
andar com seguro passo,
abrir a porta da rua, 
desenrolar minhas asas
e navegar pelo espaço.

Celina publicou em 1981 um segundo livro intitulado “VERDE VERDADE” pela Livraria José Olympio Editora do Rio de Janeiro. Neste a capa e as ilustrações eram de sua autoria. A apresentação do livro foi feita por sua amiga a escritora e membro da ABL Raquel de Queiróz.
Celina presta homenagem a seu amigo recém falecido na época o escritor e também membro da ABL Odilo Costa, filho. Dentre as oitenta poesias e oito ilustrações e sem qualquer história destaco: “MINHA VIAGEM”.

MINHA VIAGEM

Minha viagem não será através de terras pisadas ou 
mares cortados pela faca dos barcos, cardumes de peixes
e algas que estraçalham no azul suas pétalas verdes.

Nem será um bater diário de asas 
no espaço onde os pássaros manejam
difíceis rumos entre aves metálicas.

Minha viagem não estará cerceada
entre limites de serra,
trilhos de estrada.
trilhas marcadas,
curvas de esfera.

Será uma viagem longa e sem nenhum aparato;
tão simples ato e de tamanho gosto
que prescindirá de terras, ares, profusão de mares
e até do próprio corpo.

Celina, em 1999 publicou pela JD Editores o seu terceiro e último livro que recebeu o seguinte título: “CADA TEMPO UM SENTIMENTO”. A capa e mais dez pranchas ilustrativas internas são de sua autoria. O livro apresenta uma apreciação do escritor Câmara Cascudo sobre a poesia de Celina. O livro possui 130 páginas e está dividida em três partes. 
A Parte I recebeu o subtítulo de “PRELÚDIO EM DOR MAIOR” em lembrança de sua filha Sônia recém falecida onde lemos:

                                         Algumas dores virão
                                         mas nenhuma certamente
                                         tão forte e definitiva
                                         como a dor de te perder
                                         e continuar ainda viva.

A Parte II recebeu o subtítulo de “INTERLÚDIO” é composta de 64 poesias mais amenas;


E a Parte III recebeu o subtítulo de ”FINAL” onde encontramos apenas uma poesia carregada de muita emoção.

domingo, 20 de janeiro de 2019


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLVI

FREDERICO JOSÉ CARDOSO DE ARAÚJO ABRANCHES nasceu em Guaratinguetá a 20 de janeiro de 1841 e faleceu a 17 de setembro de 1903 em São Paulo aos 62 anos e hoje comemoramos 178 anos do seu nascimento. Feito o curso de preparatórios, matriculou-se na Faculdade de Direito de S. Paulo, recebendo, em 1864, o grau de bacharel. Em 1877, defendeu teses, obtendo o título de doutor. Disposto a seguir o magistério, inscreveu-se em concurso no ano de 1879. Em 1887, foi nomeado lente substituto e, em 1890, catedrático de direito romano.  Jubilou-se em 1903. A 11 de janeiro de 1873, uma carta imperial o incumbia de presidir à província do Rio Grande do Norte. Recusou esse cargo, sendo, então, nomeado presidente do Paraná. Também não aceitou a presidência do Ceará, que lhe foi oferecida a 4 de abril de 1874. Em 1875-1876, governou a província do Maranhão. Senador à Constituinte paulista e deputado provincial em várias legislaturas. No Senado, elaborou o projeto de lei sabre a construção do Teatro Municipal. Foi o último presidente da Companhia de Estrada de Ferro S. Paulo-Rio de Janeiro, hoje Central do Brasil. Exercem, durante muitos anos, a provedoria da Santa Casa de Misericórdia de S. Paulo. Ao falecer, era presidente do Banco de S. Paulo, da Comissão Central do Partido Republicano Paulista. Mereceu, entre outras distinções, a cio hábito de Cristo e o oficialato da Ordem da Rosa, S. Paulo, 1892; "A propósito do plebiscito", S. Paulo. Redigiu "A Imprensa", "A Ordem", "O Constitucional". "A estrela Paulista" e "O Paraíba". Bibliografia: A conspiração paulista'' São Paulo 1892, A dissolução do Congresso Paulista, S. Paulo.

sábado, 19 de janeiro de 2019


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLVI


HÉLINTON SEBASTIÃO DE ALVARENGA nasceu em Tremembé a 18 de janeiro de 1931 e era filho do poeta taubateano Carlos Alvarenga e de Da. Gaíde Hottum de Alvarenga  Tendo parentes no Rio de Janeiro, transferiu-se, ainda criança, para a capital da República onde fez o curso primário no grupo escolar "Bezerra de Menezes”, e o secundário no Colégio Militar, concluindo também o científico. Colabora na imprensa carioca, escrevendo com mais frequência para a revista "Aspirante'', órgão do Colégio Militar. Figura na coletânea de "Poetas do Norte de S. Paulo". de Inocêncio Candelária. Poeta. Bibliografia: "Divagando por poesia, in "Poetas do Norte de S. Paulo Inocêncio Cancelaria, "Gazeta de Mogi das Cruzes, 1951.


                  DIVAGANDO

Há, uma estrela no Céu...  mas, é só minha,
porque ela está comigo, a todo instante,
acompanhando o meu olhar errante,
clareando a minha vida tão mesquinha!

Há uma estrela no Céu... vejo-a sozinha,
a ofuscar as demais, bela e constante!
Semelha a um refulgente diamante,
que não pensara, nunca — uma rainha!

Há uma estrela no Céu... de minha vida ...
Somente eu a vejo! A mim, somente,
ela refulge, no Infinito erguida!

Mas, eia não me escuta. . . não me sente. . .
Não quer o meu amor... Eu clamo, em vão...
porque ela é humana!... e trai meu coração...


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLIII

JOÃO PEDRO CARDOSO nasceu em Pindamonhangaba a 17 de janeiro de 1871 e morreu no dia 8 de julho de 1957 em São Paulo aos 86 anos e hoje comemoramos 148 anos do seu nascimento.  Formado, em 1895, pela Escola Politécnica do Rio. Trabalhou na Companhia Mogiana e na E. F. Central do Brasil. Fundou, em Araras, a Escola dos Trabalhadores Rurais promoveu a Exposição de Aparelhos a Álcool de Campinas, fez parte do Congresso das Aplicações I industriais do Álcool do Rio de Janeiro, foi chefe do 2.° Distrito da Superintendência das Obras Públicas, engenheiro ajudante da Inspetoria de Estradas de Ferro e Navegação e chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de S. Paulo (1905). Dirigiu expedições destinadas a explorar terrenos desconhecidos e habitados por índios. Representou S. Paulo na questão de fronteiras com os Estados do Paraná e Minas Gerais, assim como na Conferência de Limites Internacionais, etc. Membro da Socideté Geographia, de Paris, Sociedade de Geografia de Lisboa, National Geographic Society, de Washington, medalha de ouro da Societé Académique d'Histoire International, de Paris, sócio do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Instituto de Engenharia, Institutos Históricos de S. Paulo, Rio Grande do Norte, Bahia, Paraná, Paraíba do Norte, Sergipe, etc. Bibliografia: ''Exploração- da zona do Ribeira de Iguape e 11~11 atinentes'', S. Paulo, 1906 ; Relatório da Comissão Geográfica e Geológica do Estado de a Pardo no ano de 1906", S. Paulo, 1907, 29 p.; “Exploração do litoral cidade de Santos a fronteira do Estado do Paraná", de colaboração com o dr. Guilherme Wendel e Mário Airosa ; "Relatório sobre levantamentos dos rios Tietê., Paraná, Paranapanema, etc.'. ; "Limites entre S. Paulo e Minas". de colaboração com Prudente de Morais Filho, S. Paulo, 1939_


terça-feira, 15 de janeiro de 2019


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLII

BALTAZAR DE GODÓI MOREIRA nasceu em Pindamonhangaba a 13 de janeiro de 1898 e morreu em São Paulo, no dia 14 de janeiro de 1969 aos 71 anos e hoje comemoramos 121 anos do seu nascimento e amanhã registraremos 50 anos da sua morte. Era filho do Cel. Antônio Amador Bueno de Godoy e de Dona Maria José Monteiro de Godoy: foi também escritor. Considerado, por Lauro Silva (1904-1978), o "Príncipe dos Poetas Pindenses" e por Monsenhor João José de Azevedo (1898-1976), como "o maior sonetista do Vale do Paraíba". Fez os estudos primários no Externato Santo Antônio, de sua cidade natal, e no Grupo Escolar da Barra Funda. Diplomado pela Escola Normal Secundária desta Capital, em 1919. Foi professor primário em Indaiatuba, de 1920 a 1923; diretor das Escolas Reunidas de Piratininga, de 1923 a 1929; diretor de grupo em Marília, de 1930 a 1935 e em Pindamonhangaba, de 1936 a 1938: diretor do Ginásio do Estaco em Marília, até 1940. Inspetor escolar na Delegacia em Taubaté. Funcionário da Recebedoria de Rendas da Capital em 1916. Tomou parte na Conferência Nacional de Educação em 1929. Como homem de imprensa, pertenceu as redações de "Alto Cafezal", de Marília; ''Correio de Marília" (1930-1940); ''Nosso Jornal", de Caçapava, etc. Vencedor, em segundo lugar, do Concurso de Contos Infantis do Departamento Estadual de Informações e em primeiro no Concurso de Edições Melhoramentos, com "Eu, Serafim e o Zeca". Poeta, pedagogo, autor de livros para crianças, etc. Bibliografia: "Marília, cidade nova e Bonita", Marília, Ed. Alcides Lages Magalhães, 1936, 304 p.; ''Domingo", poesia, 2.4 série, pp. 154-155; "Deslumbramento'', poesia, 3.ft série, p. 47-48; "Eu, Serafim e o Zeca", literatura infantil, obra premiada pela Companhia Melhoramentos, S. Paulo, Edições Melhoramentos, 1950.

SONETOS

Vou das mágoas me expungir
nos cimos, além dos vales;
clima de serra é elixir
que cura todos os males...

Se em minha mão, por acaso,
a tua pões, tão mimosa,
penso num rústico vaso
contendo um botão de rosa.

Ao seu amado não ande
cobrando mínimas penas...
-- O amor verdadeiro é grande
até nas coisas pequenas!

Se é certo que não me queres,
vou de outro amor à procura.
-- O mal que vem das mulheres,
com as mulheres se cura...

Quando te vais confessar,
bem que eu quisera que Deus
me permitisse constar
de algum pecado dos teus.

Daquela que jura e trai,
resguarda o teu coração.
Quem trai uma vez contrai
o vício da traição.

A força bruta baqueia
ao doce toque do amor.
-- O mar quando beija a areia
perde todo o seu furor...

Navegador que não sabe
que porto quer alcançar,
nenhum direito lhe cabe
de fazer queixas do mar.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2019


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLI

LICURGO DE CASTRO SANTOS nasceu a 7 de janeiro de 1853 em Guaratinguetá, onde faleceu a 20 de janeiro de 1893 aos 40 anos e hoje comemoramos 165 anos do seu nascimento. Realizou seus primeiros estudos em sua terra natal. Cursou depois o Colégio Universitário Fluminense e o Colégio "Alfredo Gomes". Formado em 1876 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Médico do Departamento Nacional de Saúde. Foi suplente de deputado federal, vereador e prefeito de Assis. Residiu no Rio de Janeiro e em Formoso, tendo sido médico chefe do Núcleo Bandeirantes. Formado, seguiu para a Europa, de onde regressou em princípios de 1878, estabelecendo o seu consultório em sua terra natal. Quando acadêmico fundou, com outros colegas, as revistas "Imprensa Médica" (1872) e "Arquivos de Medicina" (1874). Em Guaratinguetá foi redator de "O Cinco de Janeiro" e "O Atalaia". Fez parte do 1º Congresso Paulista de 1891. Antes de morrer — conta Lafaiete de Toledo — escreveu ao "Estado de S. Paulo" a seguinte carta: "Estou profundamente doente e sinto-me muito mal. Parece-me que morrerei hoje ou amanhã de uma febre grave. Estou, porém, lúcido e afirmo solenemente as minhas convicções filosóficas e republicanas de toda a minha vida". Fora o fundador do Partido Republicano de Guaratinguetá e de Lorena. Em 1891, tornou assento, como senador, na Assembleia Constituinte, tendo nessa qualidade, assinado a Constituição Republicana. "O dr. Licurgo honra, prolonga e engrandece o renome do país" (Raimundo Corrêa); ...era um democrata ardente e convicto" (Lafaiete de Toledo). Bibliografia: "Littré - comemoração da morte do chefe do positivismo", S. Paulo, 1885; "Duas palavras sobre a filosofia positivista e o espiritualismo", Campinas, 1888, 208 p_, in-8.°.

domingo, 6 de janeiro de 2019

MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XL


BENEDITO DEMÉTRIO ROCHA nasceu em São José dos Campos a 6 de janeiro de 1927. Diplomou-se em primeiras letras no Grupo Escolar "Olímpio Cotão", em 1939, e formou-se em contabilidade, em 1946, pela Escola Técnica de Comércio "Olavo Bilac", em sua terra. Apaixonado da arte, estuda músico, dedicando-se ao violino, entrega-se às letras, estudando a nossa literatura e instruindo o seu espirito para dar expansão aos seus ideais. Colabora em jornais da região e, ao lado de Hélio Teixeira Ferreiro, trabalha em prol da cultura em sua cidade natal. Moço, ele apresenta nos seus escritos a influência dos modernos, dos modernistas, dos novíssimos, tão do gosto de Sérgio Milliet. Mas a encantadora forma do soneto, a cujo tentação não escaparam os mais acirrados modernistas, encontra em B. Demétrio Rocha, como assina os seus trabalhos o nosso poeta, um sincero adepto. Eis duas composições de nosso vate:


              VOO

O perfume na praia
vinha de entre sedas e veludo.
(Era uma rosa encarnada).

Gaivotas de asas negras,
entanguidas.
(O sol não vinha).
Havia apenas o barulho do mar
e a tristeza do nevoeiro.

As asas negras roçaram o veludo.
Enxutas e perfumadas,
cortaram o céu claro,
cheio de luz e calor.

Depois a gaivota caiu.
Asas entanguidas,
manchadas de vermelho
cobertas de espinhos.


            ÁRVORE SECA

Árvore seca que no campo erguida
te açoita o vento em dias de procela.
O que restou de tua bela vida?
O que restou de tua forma bela?

Nada. A última folha já caída
mudou todo o cenário da aquarela.
Levou consigo a confissão ouvida,
os beijos que trocaram ele e ela .

à tua sombra, árvore seca e fria,
juras de amor casaram-se com o vento,
em tarde deliciosa, em belo dia.

E hoje, quando eles passam ao teu lado,
cheios de vida, de esperança e alento,
nem reparam no estado em que hás ficado!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS – XXXIX


RODRIGO LOBATO MARCONDES MACHADO era filho do Capitão Alexandre Marcondes do Amaral Machado e de D. Maria Delfina Marcondes de Andrade, nasceu em Pindamonhangaba a 1 de janeiro de 1844 e faleceu em São Paulo em 26 de abril de 1918 onde registramos o centenário da sua morte e hoje comemoramos 174 anos do seu nascimento. Após os estudos das primeiras letras, em sua terra natal, e os preparatórios necessários, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em ciências jurídicas e sociais no dia 22 de novembro de 1867. Depois de formado, regressou à sua querida cidade de nascimento, estabelecendo ali sua banca de advogado. Dedicou-se à política, militando nas fileiras do Partido Liberal, defendendo os seus ideais como vereador e depois como presidente da Câmara Municipal, nos anos de 1869 e 1870. Mais tarde transferiu a sua residência e escritório de advocacia para Taubaté, e, pela sua atividade na tribuna jurídica, tornou-se conhecido em todo o Norte da Província. Em janeiro de 1879, por decreto do Governo Imperial, foi nomeado presidente do Rio Grande do Norte, conseguindo os aplausos da Província e o respeito e atenção do Governo Imperial pela sua atitude de dirigente patriota, criterioso, econômico. Em 1880, ainda como presidente do Rio Grande do Norte, fora eleito deputado provincial por São Paulo, deixando então aquele governo, para ocupar o SUO tribuna parlamentar. Em 1882 foi reeleito deputado. Em 1886, pelos seus valiosos serviços de prata na Assembleia, recebeu significativa manifestação - um rico tinteiro inteiro e ouro, com os seguintes dizeres: "Ao dr. Rodrigo Lobato, líder da bancada liberal, oferecem os deputados seus amigos em Homenagem a seu talento e serviços." Em 1889, o seu nome foi lembrado para fazer porte da chapa para deputado geral. Indicado pelo 5° distrito da Província, foi eleito em 31 de agosto daquele ano. A "Gazeta de Notícias", órgão republicano, na época, entre outras referências, publicou o seguinte sobre o ilustre pindense: "Deputado provincial há dez anos e líder da bancada de São Paulo na Assembleia. E para conquistar essa posição foi só Chegar, Falar e Vencer". Fez parte do Comissão elaboradora da Constituição do Estado e da redação do projeto de reforma judiciária que se converteu em Lei Estadual n° 18, de 27 de novembro de 1891. O seu nome ficou ligado à Pátria, pela sua vida de grandes feitos. Como poeta publicou muitas composições na "Tribuna do Norte", de sua terra. Em um dos números desse jornal, encontramos os seguintes versos do ilustre pindense:

     REMINISCENCIAS
Como é belo na pátria natal
o gemer da rolinha carpindo.
Como é belo da noite o luar
com seus raios de prato fulgindo.

Como é belo nos matos floridas
o gorjeio do terno sabiá.
Corno é belo ao som do violão
o cantar da soberba Jaiá.

Corno é belo o sussurro das águas
retumbando nas matas de lá.
Corno é belo nas brenhas espessas
o cantor do tristonho sabiá.

Minho Pátrio, tu és a rainha
da cidade, da vida de lá.
E pertence-te a glória superna
de possuir minha amante Jaiá.