terça-feira, 15 de janeiro de 2019


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS –XLII

BALTAZAR DE GODÓI MOREIRA nasceu em Pindamonhangaba a 13 de janeiro de 1898 e morreu em São Paulo, no dia 14 de janeiro de 1969 aos 71 anos e hoje comemoramos 121 anos do seu nascimento e amanhã registraremos 50 anos da sua morte. Era filho do Cel. Antônio Amador Bueno de Godoy e de Dona Maria José Monteiro de Godoy: foi também escritor. Considerado, por Lauro Silva (1904-1978), o "Príncipe dos Poetas Pindenses" e por Monsenhor João José de Azevedo (1898-1976), como "o maior sonetista do Vale do Paraíba". Fez os estudos primários no Externato Santo Antônio, de sua cidade natal, e no Grupo Escolar da Barra Funda. Diplomado pela Escola Normal Secundária desta Capital, em 1919. Foi professor primário em Indaiatuba, de 1920 a 1923; diretor das Escolas Reunidas de Piratininga, de 1923 a 1929; diretor de grupo em Marília, de 1930 a 1935 e em Pindamonhangaba, de 1936 a 1938: diretor do Ginásio do Estaco em Marília, até 1940. Inspetor escolar na Delegacia em Taubaté. Funcionário da Recebedoria de Rendas da Capital em 1916. Tomou parte na Conferência Nacional de Educação em 1929. Como homem de imprensa, pertenceu as redações de "Alto Cafezal", de Marília; ''Correio de Marília" (1930-1940); ''Nosso Jornal", de Caçapava, etc. Vencedor, em segundo lugar, do Concurso de Contos Infantis do Departamento Estadual de Informações e em primeiro no Concurso de Edições Melhoramentos, com "Eu, Serafim e o Zeca". Poeta, pedagogo, autor de livros para crianças, etc. Bibliografia: "Marília, cidade nova e Bonita", Marília, Ed. Alcides Lages Magalhães, 1936, 304 p.; ''Domingo", poesia, 2.4 série, pp. 154-155; "Deslumbramento'', poesia, 3.ft série, p. 47-48; "Eu, Serafim e o Zeca", literatura infantil, obra premiada pela Companhia Melhoramentos, S. Paulo, Edições Melhoramentos, 1950.

SONETOS

Vou das mágoas me expungir
nos cimos, além dos vales;
clima de serra é elixir
que cura todos os males...

Se em minha mão, por acaso,
a tua pões, tão mimosa,
penso num rústico vaso
contendo um botão de rosa.

Ao seu amado não ande
cobrando mínimas penas...
-- O amor verdadeiro é grande
até nas coisas pequenas!

Se é certo que não me queres,
vou de outro amor à procura.
-- O mal que vem das mulheres,
com as mulheres se cura...

Quando te vais confessar,
bem que eu quisera que Deus
me permitisse constar
de algum pecado dos teus.

Daquela que jura e trai,
resguarda o teu coração.
Quem trai uma vez contrai
o vício da traição.

A força bruta baqueia
ao doce toque do amor.
-- O mar quando beija a areia
perde todo o seu furor...

Navegador que não sabe
que porto quer alcançar,
nenhum direito lhe cabe
de fazer queixas do mar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário