sábado, 23 de julho de 2022

NELSON LORENA

Nelson Lorena nasceu em Cachoeira Paulista no dia 21 de julho de 1902 e morreu na sua cidade natal no dia 06 de julho de 1990 aos 88 anos e hoje comemoramos 120 anos do seu nascimento. Nelson Lorena era o mais velho dos três filhos homens de José Randolpho Lorena, casou-se com Hilda Guimarães Cotia, com quem teve 3 filhos: Ney Lorena, Nildes Lorena e Nyone Lorena. Viúvo, casou-se novamente com Doralice Gonçalves de Barros, com quem teve 7 filhos: Nelson Lorena Filho, Newton Lorena, Yane Lorena, Fábio Lorena, Nielsen Lorena, Dilah Lorena e Patricia Lorena.Também criou como filhos Pedro e José Maurício do Prado.
Nelson nasceu, viveu e nunca abandonou a sua pequena Cachoeira Paulista. Seu espírito realizador soube encontrar, no ambiente tranqüilo da pacata cidade, o estímulo vigoroso para uma fertilidade criativa, que o consagraria como um dos principais representantes do patrimônio cultural e artístico da família Lorena. Matriculado aos sete anos na Escola Masculina da Bocaina, demonstrou notável aplicação, completando em apenas dois anos os quatro exigidos no curso primário. Aos quinze, ingressou na Escola Normal de Guaratinguetá, onde frequentou por dois anos e foi obrigado a interromper os estudos por dificuldades financeiras. Tornou-se autodidata e instruindo-se em História, Ciências, Religião e Filosofia, habilitou-se como professor leigo, ensinando matemática, música, desenho técnico e trabalhos manuais, na Escola profissional Luis Carlos e no Ginásio Valparaiba e lecionando Harmonia e Teoria Musical no Conservatório Musical de Guaratinguetá. Aos dezoito anos, ingressou na E.F.Central do Brasil como pintor e, aprovado em concurso no DASP, chegou a Oficial Administrativo, cargo no qual se aposentou. Iniciou o aprendizado da Música com seu pai aos onze anos e aos doze, revelando seus pendores artísticos, compôs sua primeira valsa para uma namorada de dez anos de idade. Era, já aos 14 anos, o primeiro trompete da Banda Musical XV de Novembro, executando com peculiar talento e habilidade, os intrincados arranjos que o Maestro Lorena escrevia. Mais tarde, dominando o difícil instrumento com uma técnica especialíssima, adotaria o costume de fazer adormecer suas crianças ao som de suaves acalantos extraídos do seu trompete com surdina. Lecionando e exercendo funções administrativas para prover sua subsistência foi, aos poucos, se revelando e surpreendendo como cronista e autor literário, compositor e arranjador, artista plástico versátil, pintor histórico, paisagista e retratista, cenógrafo, arquiteto original, prolífico escultor, tornando-se um artista completo. E assim, desponta a personagem encantadora e magnética imantada de superlativos, a materializar num vórtice criativo tantas e tão inesperadas formas de arte que, perenizando fatos, pessoas e lugares iriam engendrar a imortalidade do criador através da própria criação. Quem visita Cachoeira não pode deixar de admirar em sua praça principal, o imponente soldado constitucionalista, em bronze fundido, entrincheirado de baioneta em riste, na defesa dos ideais democráticos do bravo povo paulista na Revolução de 1932, o mendigo Tonhão, homenageado em permanente concreto, como a todos lembrar do dever da compaixão, o São Cristóvão, na entrada da cidade, para a benção de tantos que por ali circulam diariamente, a Mãe Preta, na praça ao lado da Igreja de São Benedito em Guaratinguetá, a saudar o orago e as tradições folclóricas que, há tantos anos, ali são celebradas em sua devoção. Os seus intrigantes quadros em meio corpo, de Moisés e Jesus que, acompanhando as pessoas com o olhar, como que examinam o interior dos que diante deles se expõem. O Batismo de Jesus e os imensos painéis a óleo, reproduzindo a Ascensão e a Ressurreição sob as elevadas abóbadas da Igreja Matriz de São Sebastião, em Cachoeira. Suas inumeráveis pinturas históricas, recriações de fatos e momentos inesquecíveis como a passagem de Dom Pedro pelo Vale do Paraíba, a caminho da proclamação da nossa independência e a ereção da Matriz de N.S. da Piedade, na fundação de Lorena. Dizia ele ...”o artista refaz a história, ao criar para o imaginário, as cenas e personagens que ninguém registrou.” Nelson Lorena, vivendo os seus últimos anos em meio a seus quadros e seus livros, afirmava sentir um prazer inefável quando o morno ocaso de sua existência era iluminado e aquecido pela visita dos amigos da aurora da adolescência. Viveu para ver com satisfação o inicio dos trabalhos para realização do sonho que acalentou durante meio século, o Parque Municipal à beira do Paraíba. Sua “terra pequenina ...amada Cachoeira, ...cidade oficina, da nação, pequena obreira!”, como ele a cantou em hino, em retribuição à dedicação e ao amor do ilustre filho, homenageou-o criando naquele local o Parque Ecológico Nelson Lorena, um digno espaço destinado para a preservação de sua memória, tão indispensável, quanto a conservação da própria Natureza. Deixou-nos para continuar sua missão em uma outra vida, conforme a sua fé, aos 06 de julho de 1990. Escultor, pintor, poeta, contista, letrista, músico etc.

BIBLIOGRAFIA:
CRÔNICAS REUNIDAS - PUBLICADAS NO JORNAL O CACHOEIRENSE.

HOMENAGENS:
-RUA NELSON LORENA EM CACHOEIRA PAULISTA;
-PARQUE ECOLÓGICO NELSON LORENA EM CACHOEIRA PAULISTA;
-PATRONO DA CADEIRA Nº 09 DA ACADEMIA CACHOEIRENSE DE LETAS E ARTES;
-ESTÁTUA DE CORPO INTEIRO NO PARQUE ECOLÓGICO EM CACHOEIRA PAULISTA;
-SEMANA CULTURAL NELSON LORENA;
-MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL NELSON LORENA OUTORGADA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE CACHOEIRA PAULISTA
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ACESSE E LEIA. EXCELENTE
Sobre bibliotecas é o Blog dos Três Parágrafos desta semana. A Biblioteca Nacional e as dificuldades de acesso ao acervo digital e as reflexões sobre a necessidade desses espaços do saber estão na publicação.

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REFLEXÃO

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