sexta-feira, 20 de setembro de 2019

CELINA DE AZEVEDO CASTRO E SANTOS

CELINA AZEVEDO DE CASTRO SANTOS nasceu em Lorena, estado de São Paulo, dia 9 de setembro de 1892. Era poeta, teatróloga e professora e viveu no Rio de Janeiro. Celina era filha do político Dr. Arnolfo Rodrigues de Azevedo e era irmã do geógrafo e autor Aroldo de Azevedo. Casou-se pela primeira vez com o poeta Álvaro de Castro Lima (1895-1924), contador, filho do Sr. Carlino Moreira de Castro Lima e de Dona Mathilde de Oliveira, de quem não teve descendência. Em 1917, surgiu como poeta e começou a publicar suas poesias na revista Fon-Fon, no Rio de Janeiro e deu início a colaborações na imprensa da cidade. Celina escreveu livros didáticos e peças de teatro para crianças e adultos que foram encenadas por grupos amadores. Seu poema "O garoto", foi incluído em Páginas Seletas e em Língua Portuguesa de Silveira Bueno, utilizados nas escolas.


VELHO ESPELHO

               "Daquele tempo é o lustre, em que os pingentes
                Parecem lágrimas cristalizadas...
                Daquele tempo os candelabros são.
                As cristalinas mangas transparentes
                Esperam a luz de velas coloradas
                Para alumiar a sua solidão.

                 A mesa ao centro, com um biscuit antigo,
                 O piano mudo (já perdeu a voz!),
                 O acolhedor sofá senhorial,
                 Tudo nas fala do passado amigo.


                  E a refletir esse passado em nós,
                  O velho espelho! O espelho de cristal,
                  Que se orgulhou de ter, como senhora,
                  Vovó* bem nova, bela e tão feliz!

                  O velho espelho que encontrou ainda
                  Mamãe brilhando, encantadora e linda,
                  Entre as mais lindas do salão de outrora,
                  Lá no Solar do Largo da Matriz."

*A Baronesa de Santa Eulália
in ARNOLFO AZEVEDO, PARLAMENTAR DA PRIMEIRA REPÚBLICA - pag.549


O ESPELHO

                  "Venha comigo. O espelho, refletindo,
                   Há de pensar que a vida tudo passa!
                   Passa a criança de rostinho lindo,
                   Passa a mocinha a se mirar com graça,
                   Passa a velhinha, fronte embranquecida,
                   Só fica ele... a ver passar a vida!"

in ARNOLFO AZEVEDO, PARLAMENTAR DA PRIMEIRA REPÚBLICA - pag.550


======================================================================

Nenhum comentário:

Postar um comentário