MEMORABILIA – ESCRITORES
VALEPARAIBANOS - XXII
CELSO ALMEIDA de nasceu em Tremembé no
dia 29 de novembro de 1917. Estudou em Jacareí, onde foi tecelão, escrivão da
Coletoria Estadual, tendo ocupado, nesta estação arrecadadora, o cargo de
coletor. Fiscal das rendas estaduais em S. José dos Campos. Colaborador dos
jornais "Jacareiense", "Campos do Jordão-jornal",
"Jornal das Moças", "Correio do Vale do Paraíba", etc..
Figurou entre il os redatores da "Tribuna Jacareiense", estando seu
nome entre os "Poetas do Norte de S. Paulo", de Inocêncio Candelária.
Poeta. Bibliografia: "Vulto da desgraça"-soneto, in "Poetas do
Norte de S. Paulo", Por Inocêncio Candelária, "Gazeta de Mogi",
Mogi das Cruzes, 1951; "O cemitério de Pistoia” -, soneto, in "Poetas
do Norte de S. Paulo", por Inocêncio Candelária, "Gazeta de
Mogi", Mogi das Cruzes, 1951.
O CEMITÉRIO DE PISTÓIA
No mundo de além-mar, no Velho
Continente,
onde se coloriu com sangue a
Liberdade,
um marco de triunfo e de brasilidade,
levanta-se em Pistóia apoteoticamente!
Um pedaço de chão é um mundo à nossa
gente!
É um recanto onde a glória irmana-se à
saudade.
Ali jazem heróis que cheios de
hombridade,
lutaram sem temer, tendo a Pátria na
mente.
Pelos céus de Pistóia há vozes
enlutadas.
São soluços talvez das mães
sacrificadas,
que deram ao Brasil o sol da própria
vida!
Tudo isso faz vibrar a vitória
altaneira
do impoluto valor da gente brasileira,
que em apoteose fulge em cada cruz
erguida!
MEMORABILIA – ESCRITORES
VALEPARAIBANOS - XXIII
NICANOR TOLOSA ORTIZ nasceu em Paraibuna no
dia 29 de novembro de 1896. "Rui Blaz". Nasceu a 29 de novembro de
1896. Fez seus estudos primários no Grupo Escolar "Dr. Cerqueira
César", em sua terra natal; os secundários, no então educandário do
Convento de Santa Clara, dos capuchinhos da Veneranda Ordem Terceira, em
Taubaté; e os superiores na Escola Normal Secundária da Praça, pela qual se
diplomou em 1912, tendo pertencido à turma noturna regida por José Feliciano. Frequentou,
a seguir, a Faculdade de Direito de S. Paulo, colando grau em 1921. Cursou até
o quarto ano a Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade
do Rio de Janeiro. Em Santos, onde se radicou, exerce a profissão de advogado, tendo
sido lente de psicologia da Escola Normal Livre "José Bonifácio", do
Ginásio Luso-Brasileiro e do Liceu Feminino Santista. Além das suas atividades
jornalísticas e forenses, é professor de português da Escola Normal e da Escola
de Comércio, instituições da Associação Instrutiva "José Bonifácio".
Foi redator-secretário do "Jornal do Comércio". Diretor responsável
da revista "Flama". Colabora em muitos jornais de S. Paulo e de
Santos, entre eles "A Gazeta", de S. Paulo, e a "Tribuna",
de Santos. Contista, romancista, historiador, poeta, professor, jornalista,
etc. Bibliografia: "Primeiro olhar", contos; "Marília de
Dirceu", romance histórico; "Vila Rica", romance histórico;
"Vila Rica", in "O Bom Ginasiano", por Máximo de Moura
Santos e Francisco Lopes de Azevedo, I.ª série, Rio, Alves, 1942, p.
78-80.
FIM DA VIDA
Alguma coisa existe, em
nossa despedida,
entre o outono que foi e
o inverno que vem vindo:
— uma vaga aflição, um
vário fim de lida,
— um mal que vai
chegando, um bem que vai saindo.
É o passo do caminho, a
estância da partida,
sem um raio de sol ou um
ramo florindo:
— há, em toda parte, um
tom de vida já vivida,
-- uma tarde que é
triste, um dia que foi lindo.
Fica a gente cismando, o
pensamento à toa,
um místico desejo, um
ímpeto indeciso
de morrer logo ali, quêdo,
mudo, de bruços.
Depois, de sonho em
sonho, o sonho se esboroa:
-- em baixo — triste
vida! — um último sorriso,
-- em cima – vida triste!
-- em primeiros soluços.
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