quinta-feira, 29 de novembro de 2018


MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS - XXII

CELSO ALMEIDA de nasceu em Tremembé no dia 29 de novembro de 1917. Estudou em Jacareí, onde foi tecelão, escrivão da Coletoria Estadual, tendo ocupado, nesta estação arrecadadora, o cargo de coletor. Fiscal das rendas estaduais em S. José dos Campos. Colaborador dos jornais "Jacareiense", "Campos do Jordão-jornal", "Jornal das Moças", "Correio do Vale do Paraíba", etc.. Figurou entre il os redatores da "Tribuna Jacareiense", estando seu nome entre os "Poetas do Norte de S. Paulo", de Inocêncio Candelária. Poeta. Bibliografia: "Vulto da desgraça"-soneto, in "Poetas do Norte de S. Paulo", Por Inocêncio Candelária, "Gazeta de Mogi", Mogi das Cruzes, 1951; "O cemitério de Pistoia” -, soneto, in "Poetas do Norte de S. Paulo", por Inocêncio Candelária, "Gazeta de Mogi", Mogi das Cruzes, 1951.

O CEMITÉRIO DE PISTÓIA


No mundo de além-mar, no Velho Continente,
onde se coloriu com sangue a Liberdade,
um marco de triunfo e de brasilidade,
levanta-se em Pistóia apoteoticamente!

Um pedaço de chão é um mundo à nossa gente!
É um recanto onde a glória irmana-se à saudade.
Ali jazem heróis que cheios de hombridade,
lutaram sem temer, tendo a Pátria na mente.

Pelos céus de Pistóia há vozes enlutadas.
São soluços talvez das mães sacrificadas,
que deram ao Brasil o sol da própria vida!
Tudo isso faz vibrar a vitória altaneira
do impoluto valor da gente brasileira,
que em apoteose fulge em cada cruz erguida!



MEMORABILIA – ESCRITORES VALEPARAIBANOS - XXIII

NICANOR TOLOSA ORTIZ nasceu em Paraibuna no dia 29 de novembro de 1896. "Rui Blaz". Nasceu a 29 de novembro de 1896. Fez seus estudos primários no Grupo Escolar "Dr. Cerqueira César", em sua terra natal; os secundários, no então educandário do Convento de Santa Clara, dos capuchinhos da Veneranda Ordem Terceira, em Taubaté; e os superiores na Escola Normal Secundária da Praça, pela qual se diplomou em 1912, tendo pertencido à turma noturna regida por José Feliciano. Frequentou, a seguir, a Faculdade de Direito de S. Paulo, colando grau em 1921. Cursou até o quarto ano a Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade do Rio de Janeiro. Em Santos, onde se radicou, exerce a profissão de advogado, tendo sido lente de psicologia da Escola Normal Livre "José Bonifácio", do Ginásio Luso-Brasileiro e do Liceu Feminino Santista. Além das suas atividades jornalísticas e forenses, é professor de português da Escola Normal e da Escola de Comércio, instituições da Associação Instrutiva "José Bonifácio". Foi redator-secretário do "Jornal do Comércio". Diretor responsável da revista "Flama". Colabora em muitos jornais de S. Paulo e de Santos, entre eles "A Gazeta", de S. Paulo, e a "Tribuna", de Santos. Contista, romancista, historiador, poeta, professor, jornalista, etc. Bibliografia: "Primeiro olhar", contos; "Marília de Dirceu", romance histórico; "Vila Rica", romance histórico; "Vila Rica", in "O Bom Ginasiano", por Máximo de Moura Santos e Francisco Lopes de Azevedo, I.ª série, Rio, Alves, 1942, p. 78-80. 

                    FIM DA VIDA 

Alguma coisa existe, em nossa despedida,
entre o outono que foi e o inverno que vem vindo:
— uma vaga aflição, um vário fim de lida,
— um mal que vai chegando, um bem que vai saindo.

É o passo do caminho, a estância da partida,
sem um raio de sol ou um ramo florindo:
— há, em toda parte, um tom de vida já vivida,
-- uma tarde que é triste, um dia que foi lindo.

Fica a gente cismando, o pensamento à toa,
um místico desejo, um ímpeto indeciso
de morrer logo ali, quêdo, mudo, de bruços.

Depois, de sonho em sonho, o sonho se esboroa:
-- em baixo — triste vida! — um último sorriso,
-- em cima – vida triste! -- em primeiros soluços.

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