domingo, 26 de dezembro de 2021

ANNA MARIA MARTINS E IRENE DO CÉU VIEIRA LISBOA

ANNA MARIA MARTINS nasceu em São Paulo (SP) no dia 28 de novembro de 1924 e faleceu na mesma cidade no dia 26 de dezembro de 2020 aos 96 anos e hoje registramos o primeiro ano do seu falecimento. Importante escritora e tradutora. Era filha de Renato de Andrada Coelho (1896-1969) e Lucia do Amaral de Andrada Coelho (1901-?), descendentes de tradicionais famílias paulistas, e viúva do escritor e acadêmico Luís Martins (1907-1981). Anna Maria realizou os estudos nos cursos primário e secundário do Ginásio Stella Maris, em Santos (SP). Matriculou-se na Faculdade Sedes Sapitentiae, Departamento de Línguas Anglo-germânicas, mas não concluiu o curso. Estudou também na Cultura Inglesa e na Aliança Francesa. Esteve nos Estados Unidos da América do Norte várias vezes, a partir de 1948; e na Europa, em 1950, 1973 e 2003. Iniciou a carreira como tradutora, atividade a que se dedicou ao longo da vida, tendo traduzido obras de Agatha Christie, Aldous Huxley, Anthony Berkeley, Laurence Stern, Maurice Leblanc, Heinrich Heine, Herman Melville, T. S. Eliot, entre outros.
Seus primeiros contos foram publicados no suplemento literário do jornal O Estado de S. Paulo. Pelo livro A trilogia do emparedado e outros contos (Livraria Martins Editora, 1972).
Desde 1992 até seu falecimento, ocupou a Cadeira n. 7 da Academia Paulista de Letras, cujo Patrono é José Bonifácio de Andrada e Silva, o Moço (1827-1886), seu avô. A cadeira número 7 é ocupada atualmente por Leandro Karnal (1963). Nessa entidade, coordenou projetos como “O escritor na escola”, tendo levado às escolas públicas grandes nomes da literatura brasileira. Até o final da vida, participou regularmente das reuniões da Academia Paulista de Letras e deu andamento a um clube do livro. Participou de diversas atividades da União Brasileira de Escritores e atuou intensamente em cargos da Diretoria: como 2ª. Secretária, de 1986 a 1988; como 2ª. Vice-Presidente, em mandatos sucessivos, entre 1994 e 2006. Atuou em consultorias, júris literários e como assessora cultural.

PREMIOS:
-15º. Prêmio Jabuti na categoria “Autor revelação”;
-Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras.
-Prêmio do Instituto Nacional do Livro - 1983. -Sala de espera (Edições Melhoramentos, 1979); Katmandu (Global Editora, 1983), Retrato sem legenda (Editora Siciliano,1995); Mudam os tempos (Editora Girafa, 2003).

BIBLIOGRAFIA
-Sala de espera (Edições Melhoramentos, 1979); 
-Katmandu (Global Editora, 1983), 
-Retrato sem legenda (Editora Siciliano,1995); 
-Mudam os tempos (Editora Girafa, 2003).
Contos seus estão também publicados nas seguintes antologias:
-Livro dos transportes, organizada por Dinah Silveira de Queiroz;
-O conto da mulher brasileira, organizada por Edla van Steen;
-Pelo telefone, edição especial da TELESP, organizada por Julieta de Godoy Ladeira e Ricardo Ramos; 
-História de amor infeliz, organizada por Esdras do Nascimento;
-Espelho mágico, organizada por Julieta de Godoy Ladeira; Onze contistas em campo, organizada por -Flávio Moreira da Costa;
-Memórias de Hollywood, organizada por Julieta de Godoy Ladeira;
-Histórias de amor infiel, organizada por Esdras do Nascimento;
-Amor à brasileira, organizada por Guido Fidelis e Caio Porfírio Carneiro;
-Trabalhadores do Brasil, organizada por Roniwalter Jatobá; e no D.O.Leitura, em suplementos literários, revistas e house-organ. Foi, ainda, organizadora/compiladora de antologias, como Melhores crônicas de Marcos Rey (Global, 2009).

                  


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IRENE DO CÉU VIEIRA LISBOA nasceu em Arruda dos Vinhos (Portugal) no dia 25 de dezembro de 1892 e faleceu em Lisboa (Portugal) no dia 25 de novembro de 1958 aos 65 anos e hoje comemoramos 129 anos do seu nascimento.  Os seus restos mortais foram, em 13 de Janeiro de 2013, trasladados do cemitério da Ajuda, em Lisboa, para o cemitério de Arruda dos Vinhos. Importante escritora, professora e pedagoga portuguesa. Formou-se na Escola Normal Primária de Lisboa, depois continuou os estudos na Suíça, França , Bélgica e Portugal onde se especializou em Ciências de Educação. Isto permitiu-lhe escrever várias obras sobre assuntos pedagógicos. Durante a estadia em Genebra, mercê de uma bolsa do Instituto de Alta Cultura, teve a oportunidade de conhecer Jean Piaget (1896-1980) e Édouard Claparède (1873-1940), com quem estudou no Instituto Jean-Jacques Rousseau em Genebra.

RECONHECIMENTO E HOMEAGENS
A obra literária que produziu foi elogiada por alguns dos seus pares como José Rodrigues Miguéis (1901-1980), José Gomes Ferreira (1900-1985), João Gaspar Simões (1903-1987), Vitorino Nemésio (1901-1978) e José Régio (1901-1969), embora nunca tenha tido grande aceitação por parte do público.
Em sua homenagem a Federação Nacional dos Professores fundou, em 12 de Janeiro de 1988, o Instituto Irene Lisboa.
A 19 de Maio de 1989, foi agraciada, a título póstumo, com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade.
O seu nome faz parte da toponímia de Arruda dos Vinhos cuja biblioteca municipal tem o seu nome. No mesmo concelho, foi criado em 1999, na freguesia de Arranhó, o Museu Irene Lisboa.
A realizadora Marta Pessoa recorreu à sua obra e à de Maria Judite de Carvalho para criar a personagem principal do seu filme Donzela Guerreira.
BIBLIOGRAFIA
A obra de Irene Lisboa abarcou vários géneros literários: 
POESIA
1991 - Poesia – I, colecção Obras de Irene Lisboa, da Editorial Presença
NOVELAS

1940 - Começa uma Vida (sob o pseudónimo de João Falco), Seara Nova, Lisboa ;
1956 - Voltar atrás para quê?, Livraria Bertrand, Lisboa; 
1958 - Título qualquer serve para novelas e noveletas, Portugália Editora, Lisboa;
LITERATURA INFANTIL
-1926 - Treze contarelos que Irene escreveu e Ilda ilustrou, editado por ela e ilustrado por Ilda Moreira (?)
-1955 - Uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma, Portugália Editora, ilustrações de Pitum Keil do Amaral (1935). 
1958 - Queres ouvir? Eu conto histórias para maiores e mais pequenos se entreterem, Portugália Editora, Lisboa;
 DIÁRIOS
-1939 - Solidão, notas do punho de uma mulher (sob o pseudónimo de João Falco), Seara Nova, Lisboa;
-1943 - Apontamentos, editado por ela; 
-1966 - Solidão II, Portugália Editora, Lisboa;
CRONICAS
-1956 - O pouco e o Muito - Cronica Urbana, editado por ela, reeditado em 1997 pela Editorial Presença ;
1958 - Crónicas da Serra, Livraria Bertrand, Lisboa; reeditado em 1997 pela Editorial Presença 
COM PSEUDÔNIMO João Falco:
-1940 - Idem, editado por ela, Lisboa
-1940 - Lisboa e quem cá Vive, Colecção à Pena, Seara Nova
-1942 - Esta Cidade!, editado por ela, reeditado em 1995 pela Editorial Presença; 
OBRA PEDAGÓGICA
-1933 - "Critica à actividade da «Maison dês Petits» anexa ao Instituto Jean- Jacques Rosseau", "Relatório sobre as escolas maternais de Paris", "Os Jardins d’Enfants de Bruxelas", "Bases para um programa de escola infantil", "O método Decroly ou dos centros de interesse", em Relatórios das viagens de estudo dos bolseiros, Junta de Educação Nacional, Lisboa; 
-1934 - A contribuição do desenho para o ensino elementar sobre o Império colonial Português, em A formação do espírito colonial na escola primária portuguesa, Serviços de Orientação Pedagógica da Direcção Geral do Ensino Primário, Imprensa Nacional, Lisboa
-1935 - Prelecção realizada aos professores do distrito escolar de Coimbra, em 25 de Janeiro de 1934, e repetida aos de Beja, em 1 de Fevereiro", em Prelectores inaugurais, Direcção Geral do Ensino Primário, Serviços de Orientação Pedagógica, Imprensa Nacional, Lisboa
-1937 - Froebel e Montessori/ O trabalho manual na escola, Lisboa, Cadernos da Seara Nova (utilizou o pseudónimo Manuel Soares);
-1938 - O primeiro ensino, volume I e II, Lisboa, Cadernos da Seara Nova – Estudos Pedagógicos (utilizou o pseudónimo Manuel Soares) 
-1940 - A iniciação do cálculo, Cadernos da Seara Nova – Estudos Pedagógicos, (utilizou o pseudónimo Manuel Soares); 
-1942 - A psicologia do desenho infantil, Lisboa, Seara Nova;
-1942 - Modernas tendências da educação, ilustrações da Ilda Moreira, Lisboa, Edições Cosmos; 
-1944 - Educação (Palestra), Lisboa, Seara Nova
-1944 - Inquérito ao livro em Portugal – I, Editores e livreiros, Seara Nova, Lisboa;
1946 - Inquérito ao livro em Portugal – II, Editores e livreiros, Lisboa, Seara Nova.

      
  



   

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