quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

CELINA MARIA TAQUES BITTENCOURT NEPOMUCENO

CELINA MARIA TAQUES BITTENCOURT NEPOMUCENO nasceu em Guaratinguetá no dia 25 de janeiro de 1928 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 8 de dezembro de 2015 aos 87 anos e hoje registramos 6 anos do seu falecimento. Bacharel em Ciências Contábeis, poetisa e pintora. Em 1951, aos 23 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1969-1971) e participou do Salão Nacional de Belas Artes (1971). Desde então, participou de inúmeros salões em todo o Brasil e fez várias exposições individuais e coletivas. Na Espanha, em Palma de Mallorca, fez curso de “Pintura Espanhola”. O primeiro livro publicado pela Poetisa Celina Bittencourt Nepomuceno recebeu o título de “BEIRA SOMBRA” é datado de 1976 e foi editado pela Editora Artenova S\A do Rio de Janeiro. A capa é de autoria de Silvio Negreiros da Artenova e as ilustrações internas são de Heron.
O livro apresenta sessenta poesias e sete ilustrações em 77 páginas. Neste primeiro livro chama a atenção a poesia “NAVEGAÇÃO”, pois Celina tinha como hábito remeter periodicamente uma cópia de suas poesias para os seus irmãos e segundo informações dela todos foram unânimes em elogiar esta poesia. Assim ela prestou uma homenagem a seus irmãos que tanto a incentivavam a escrever e pintar.
Transcrevo abaixo a poesia

NAVEGAÇÃO
Vou deixar tudo de lado:
os deveres não cumpridos,
o encontro combinado,
as cartas no vão da porta,
os quadros inacabados,
a cama desarrumada,
o relógio sem dar corda,
as venezianas abertas.


O retrato de outro tempo,
as almofadas no chão,
o rosto de minha mães,
o contato com meus filhos,
a lembrança do que amo,
o ramos de flores secas,
os poemas de Tagore,
e os livros amarelados
em que aprendia estórias.


Vou deixar coisa por coisa,
arrancar minhas raízes,
e nua como nasci
andar com seguro passo,
abrir a porta da rua,
desenrolar minhas asas
e navegar pelo espaço.


Celina publicou em 1981 um segundo livro intitulado “VERDE VERDADE” pela Livraria José Olympio Editora do Rio de Janeiro. Neste a capa e as ilustrações eram de sua autoria. A apresentação do livro foi feita por sua amiga a escritora e membro da ABL Raquel de Queiróz.
Celina presta homenagem a seu amigo recém falecido na época o escritor e também membro da ABL Odilo Costa, filho. Dentre as oitenta poesias e oito ilustrações e sem qualquer história destaco: “MINHA VIAGEM”.


MINHA VIAGEM

Minha viagem não será através de terras pisadas ou
mares cortados pela faca dos barcos, cardumes de peixes
e algas que estraçalham no azul suas pétalas verdes.


Nem será um bater diário de asas
no espaço onde os pássaros manejam
difíceis rumos entre aves metálicas.


Minha viagem não estará cerceada
entre limites de serra,
trilhos de estrada.
trilhas marcadas,
curvas de esfera.


Será uma viagem longa e sem nenhum aparato;
tão simples ato e de tamanho gosto
que prescindirá de terras, ares, profusão de mares
e até do próprio corpo.


Celina, em 1999 publicou pela JD Editores o seu terceiro e último livro que recebeu o seguinte título: “CADA TEMPO UM SENTIMENTO”. A capa e mais dez pranchas ilustrativas internas são de sua autoria. O livro apresenta uma apreciação do escritor Câmara Cascudo sobre a poesia de Celina. O livro possui 130 páginas e está dividida em três partes.
A Parte I recebeu o subtítulo de “PRELÚDIO EM DOR MAIOR” em lembrança de sua filha Sônia recém falecida onde lemos:


Algumas dores virão
mas nenhuma certamente
tão forte e definitiva
como a dor de te perder
e continuar ainda viva.


A Parte II recebeu o subtítulo de “INTERLÚDIO” é composta de 64 poesias mais amenas;


E a Parte III recebeu o subtítulo de ”FINAL” onde encontramos apenas uma poesia carregada de muita emoção.




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